Esse artigo vai te dar todas as ferramentas para saber como analisar uma oportunidade de negócio. Atualizado em 30/06/2020
Sua cabeça está fervilhante de boas ideias e você não sabe ao certo:
- Como transformá-las em algo que dê dinheiro?
- A sua ideia é viável?
- Identificar seu possível público?
- Quanto ela poderia gerar de faturamento e etc?
Esta análise é essencialmente para empreendedores de primeira viagem e serve para identificar e avaliar entre um pacote de ideias qual delas representa a melhor oportunidade.
Já deixo aqui uma sugestão de leitura do meu artigo sobre o curso Fórmula Negócio Online, que ensina como fazer o passo a passo para montar seu negócio.
Preparamos algumas perguntas para guiar o empreendedor a refletir sobre suas vontades e necessidades e relacioná-las a aspectos internos e externos do negócio.
Afinal, de nada adianta ter uma boa ideia de negócio, mas não querer trabalhar exatamente com aquele mercado.
Como realizar sua análise
O fundamental é analisar uma ideia de cada vez. O primeiro passo é avaliar a relação da ideia com o mercado, para estimar sua viabilidade.
O passo seguinte é pensar na ligação entre a ideia e seu perfil empreendedor. A melhor delas será a que conseguir equilibrar melhor os dois passos.
Para iniciar a análise da oportunidade é preciso escolher que ideia será avaliada. Se tiver mais de uma ideia (o que é bem provável), será necessário repetir a análise para cada uma delas.
A Análise da Oportunidade é feita em duas etapas. A primeira avalia o aspecto externo da ideia, ou seja, sua relação com o mercado. A segunda leva em conta o aspecto interno, ou seja, a relação da ideia com o seu perfil empreendedor.
Aspectos externos da análise de uma oportunidade
Vinod Khosla, cofundador da Sun Microsystem e agora investidor respeitado no Vale do Silício, tem uma receita muito simples para a avaliação de uma ideia de negócio:
“Todo grande problema é uma grande oportunidade de negócio. Se você não tem (resolve) um grande problema, não tem uma grande oportunidade de negócio nas mãos. Ninguém irá pagá-lo para resolver algo que não é um problema”.
Vinod Khosla
Simples assim. Toda boa oportunidade de negócio deve resolver um problema.
Qual Problema sua solução resolve?
Muitos empreendedores têm ideias, mas não se atentam sobre (ou não sabem) quais problemas resolveriam com elas. Nessa questão, vale refletir sobre a relevância do problema a ser resolvido.
Considerando a “Hierarquia das Necessidades”- desenvolvida pelo psicólogo Abraham Maslow, em 1943 – onde ele dividiu as necessidades (problemas) das mais básicas (fisiológicas/sobrevivência) até as mais simbólicas (autoestima e autorrealização).
Normalmente, quanto mais simbólico for o problema que sua ideia resolve, maior tende a ser sua margem de lucros.
Pense na diferença de preço de um litro de água da fornecedora da sua cidade e da Perrier, ou de uma caneta BIC e outra da Montblanc.
Qual o Alcance da sua solução?
Em seguida, é preciso avaliar o alcance de sua ideia de negócio. Ela, do jeito que foi proposta, resolve um problema pontual, regional, nacional ou global?
Aliás, nesses momentos de pandemia é importante ficar muito atento às oportunidades que surgiram para home office.
A análise dos aspectos externos também implica a avaliação de quatro critérios propostos pela McKinsey a respeito da avaliação de uma oportunidade de negócio.
Aspectos externos:
1. Benefício claro para o cliente? Ou seja, o cliente vê o produto/serviço e já percebe como isso será a melhor solução para o problema que ele tem?
2. Tamanho de mercado adequado? Em outras palavras, resolve o problema de um número significativo de pessoas?
3. Potencial de lucratividade e rentabilidade? O número significativo de pessoas da questão anterior é grande o suficiente para gerar os resultados financeiros esperados pelo empreendedor e/ou investidor?
4. Diferenciação/inovação? Aqui não vale só copiar o que já existe. A ideia é realmente melhor que as soluções já oferecidas pela concorrência?
Aspectos internos:
Mesmo que você avalie com as maiores notas os aspectos externos de sua ideia de negócio, ela pode não ser a melhor oportunidade para o seu perfil empreendedor.
Tina Seelig, professora de empreendedorismo da Universidade Stanford, destaca que as melhores oportunidades de negócios para uma pessoa estão na intersecção de suas paixões pessoais com seus conhecimentos e com aquilo que o mercado quer pagar.
esse contexto, a ideia escolhida precisa ser avaliada de acordo com critérios pessoais a seguir.
O problema que a sua ideia resolve:
1. Representa uma de suas paixões pessoais? É preciso gostar de resolver o problema e não apenas do produto/serviço em si. Alguém que venda sapatos deve gostar do
benefício do sapato e não apenas do sapato em si.
2. Caracteriza um desafio intelectual que o motivará agora e a médio/longo prazo? Entende e gosta de saber que sempre precisará aprender mais sobre o problema que resolve?
3. Tem um mercado consumidor amplo? Grande o suficiente para atender seu desejo de impacto por meio do seu negócio?
Há outras ponderações a fazer
Nem sempre a melhor oportunidade de negócio está associada a responder o problema do maior número de pessoas possível.
Há diversos empreendedores que querem criar butiques, pequenos negócios que não crescerão, mas vão oferecer um produto muito diferenciado para um nicho bem específico de mercado.
Outros não estão interessados na oportunidade mais lucrativa do mundo. Há ainda os que não querem criar um negócio muito inovador, apenas um modelo tradicional que ofereça um produto de altíssima qualidade.
Como Analisar uma Oportunidade de Negócio – Conclusão
Por mais que você encontre a melhor oportunidade de negócio considerando os aspectos internos, se isso não estiver fortemente associado a suas paixões pessoais, a suas motivações intelectuais e a sua capacidade de realização, a ideia tende a não representar a melhor ideia para o seu perfil empreendedor.
Várias boas oportunidades não deram certo não em função da ideia em si, mas de quem estava empreendendo. Trabalhar muito por algo que não o inspire e motive não o levará muito longe.
Escrito originalmente por Marcelo Nakagawa, do Centro de Empreendedorismo Insper
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